Comunicado da Organização Popular Terra Liberta.
Burkina Faso é um país da África Ocidental que é um pouco maior que o Estado do Piauí. Ainda que pequeno, ele tinha muita riqueza nas suas terras que poderiam garantir uma vida digna ao seu povo. Thomas Sankara era um jovem militar que entendeu isso. E indignava-se com a injustiça que fazia um povo de uma terra rica viver pobre. A causa disso era o imperialismo que a França e o FMI (Fundo Monetário Internacional) promoviam à Burkina Faso. Roubavam toda a natureza e submetiam eles a dívidas absurdas.
Durante toda sua vida Sankara esteve ao lado do povo, dos camponeses pobres, denunciou as injustiças dos imperialistas e não teve medo de romper publicamente com que oprimisse o povo. Dizia: “Ai daqueles que amordaçam o povo”
Após muita luta do povo de Burkina Faso, Thomas Sankara assume como presidente do Conselho Nacional para a Revolução (CNR) de 1983 e 1987. Realiza ações muito importantes em apenas 4 anos:
- Reforma Agrária Radical com distribuição das terras aos camponeses pobres, garantindo a soberania alimentar.
- Negava a “ajuda externa” dos países imperialistas. Afirmava que “quem alimenta e controla”.
- Promoção dos direitos das mulheres, proibindo a mutilação genital feminina e o casamento infantil.
- Liderança da luta pela descolonização da África, condenando o imperialismo e a neocolonialismo.
- Plantio de mais de 10 milhões de árvores contra a desertificação.
- Destruiu os privilégios de todos os governantes de seu país, buscando que vivam como o povo vive.
Como o capitalismo internacional não suporta ver um povo liberto rumo ao socialismo, o destino foi trágico. Sob um golpe de estado financiado pela França e com a cumplicidade de seu vice, Sankara é assassinado aos 37 anos no dia 15 de outubro de 1987. Uma cruel marca do imperialismo capitalista que sempre irá utilizar a violência para manter um povo oprimido.
Hoje, 15 de outubro de 2023, faz 36 anos deste triste episódio que nos mostra a real face deste sistema em que vivemos. Nunca devemos subestimar os inimigos do povo que muitas vezes querem nos controlar com “ajudas”. Estas “ajudas” são correntes discretas que prendem a liberdade dos explorados. Devemos erguer a nossa soberania alimentar por uma luta constante para que a terra sirva para alimentar o povo e não a ganância de poucos.